terça-feira, 25 de abril de 2017

Rubro querer...

Se em todos os cravos vermelhos,
 a memória fluir tranquila.
Os sonhos jamais serão velhos:
Se gravados na alma em rubro querer.

De que importa cravos vermelhos,
quando a esperança é uma criança,
raio de luar ou mudança…!

Lá atrás um novo rumo…!
Será dos netos a herança,
a bitola o fio-de-prumo.
Já que Abril é confiança!

Acredito no futuro.
Deixo aos cravos as dores de parto,
E as vontades a cumprir…

Deixo aos cravos o sorrir…!
Ao romper da madrugada.
Portugal o meu sentir:
É bandeira desfraldada!



domingo, 23 de abril de 2017

Fogosa magia…

Circula no ar uma fragrância a verde pinho.
Será pele morena ou gosto a fruta madura.
Rodopia então este sentir e já adivinho…
Que a paixão pode ser luz e é cisterna!

Sublime constância ou largo caminho…
Traçado na areia sem temer lonjura.
E se a cacimba se abeirar de mansinho…
Que traga no seio uma réstia de ternura.

Já que este sonho… tão antigo: rodopia…!
Que mais parece o voo de uma borboleta.
Nas suas asas um sorriso, fogosa magia.

Utopia em vocábulos ao romper do dia.
Esperança presa nas asas de um cometa…
À espera dos teus olhos…A minha nostalgia!





quinta-feira, 13 de abril de 2017

Tempo de Páscoa...!

Assegura que o amor é mais que palavras.
Que é força e é crença… Muita sabedoria.
Aqui te peço que as lágrimas brotadas.
Sejam um manto de esperança e de alegria.

Eu sei que as palavras há muito estão gastas.
Assim acontece ao presenciar a razia…
Que o homem semeia em cearas vastas.
De fome e de dor … Infame ventania!

Neste tempo de Páscoa que a Tua Paixão…
Se transforme em vida, num mundo melhor.
Mesmo que os homens cismem na negação:

 Jesus, eu te peço… Desvia qualquer dor.  
Dos povos que morrem na segregação.
Das guerras ao longe e na falta de amor.  


terça-feira, 11 de abril de 2017

Sonhos sem limites...

Até na contemplação das estrelas:
Desenho os teus olhos a tinta china.
E era vê-los… Era vê-los como velas…
Encabeçar o sentir p`ra além da colina.

A Ursa Maior… rainha das caravelas,
é tão antiga mas parece uma menina,
ao pé dos teus olhos…! Até os cometas
correm sempre apressados e era vê-las…

As lembranças, a bailar numa só noite.
Em que o céu beijou a terra, atrevido.
Em que o vento suave e em deleite…

Abriu as asas, sempre convencido…
Se os sonhos erram sem qualquer limite.
É porque o tempo é um marco estabelecido


segunda-feira, 10 de abril de 2017

Caminho cego…

Vento…!
Tu não me grites.
Nem me apontes encruzilhadas…
Se o caminho é em linha recta.

Deixa que caia… e arraste a lama.
Atrás dos meus passos.
Deixa que risque em rasto cansado:
As notas de um fado.

Pode ser triste, pode ser cego.
Pode até adormecer sem luz ou sol.
Mas… é o meu lençol.
O qual; não renego.

Não me grites:
É esse o caminho…
Não:
Quando em profunda escuridão…
Sei que existem pirilampos!


Palavras ao Vento Suão, Antónia Ruivo