quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Numa valeta qualquer...

Quisera o poema esquecer o mundo
E todos os versos seriam soterrados
Em quimeras cor-de-rosa.

Quisera eu ser cega, e muda porque não.
Voar como as borboletas, ao fim de horas o chão…
Quisera ser água barrenta, moinho sem mós e sem vento.
Bailarina sem orquestra, criança de olhar crédulo.

Quisera o poema esquecer o mundo
Sentado numa poltrona.
Ou não fosse mendigo e desnudo
Que de pés no chão derrama.

Sangue… numa valeta qualquer.


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