Perco-me de
ti aos poucos, as recordações retidas nos socalcos da memória,
começam a
ter a cor do bronze.
E os dias
outrora tingidos pela condolência, escorregam agora nas teias da nostalgia.
Matreira vai
e vêm como as marés.
Perco a tua
imagem, o teu clamor… Dissipa-se a vida vivida na corda bamba.
Pergunto então
ao vento que visita amiúde a minha vertigem…
- Será
a recordação, marasmo?
Será
certamente água a correr p`ro mar! Teias de aranha que envolvem como véu…
Ou então…
será o ar que leva ao coração uma nesga de sonho!
Perco-me de
ti aos poucos e na demanda acabarei por perder parte de mim,
aí mendigarei
por nenhures, levarei encrostada na alma a ternura,
e quando
dormir finalmente no aconchego do barro, escreverei com o branco da cal.
Só assim a memória valeu a pena.
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