terça-feira, 21 de outubro de 2014

Alentejo

Ai Alentejo meu corpo dorido
De rugas profundas, socalcos de crença,
Teus olhos Trigueiros são sobreirais
Teu cabelo solto os verdes Trigais
Que trago no ser tal vento em gemido...

Ai Alentejo meu quinhão de esperança
De alma singela, criança travessa,
Nas mãos a enxada e a terra molhada
São águas brotadas alta madrugada,
De fontes perdidas, tempos de mudança...

Cravada no peito em dias estivais
É tão longa a estrada, curva insidiosa.
São tuas colinas, morena formosa,
Alegre cantiga de ganhão fogoso.
Ai Alentejo meu chão caprichoso...

De dolentes cantigas em boca mimosa.
A terra gretada p`lo calor do verão
Chora de dor, espinhos de rosa,
Cravados no peito em ostentação...


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Palavras ao Vento Suão, Antónia Ruivo