quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

O ninho




Hoje não saio da cama
Não lavo a cara muito menos vou rir
Porque hoje é um dia como milhentos
De uma vida sem metas a provir

Hoje definharei na fome de esperança
Ordenarei ao cão e ao gato sossego
O sol que não se atreva a entrar pela frincha
Da janela há muito trancada
A sete chaves da rotura anunciada
Pelas palavras em pedra arremessada
 
Não me incomodem, deixem contudo mensagem
Escrita a barro de preferência
Quem sabe amanhã moldarei o barro
Com as mãos nuas esculpirei um homem nu

E depois…
Depois, numa manhã qualquer as andorinhas farão nele o ninho.

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Palavras ao Vento Suão, Antónia Ruivo