quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Muros




A minha negação és tu, a contradição do meu pensar
Num instante quero-te com a força de vendavais
De seguida abomino este querer, são desditosos os ais
Que trago submersos no meu jeito de errar

Quando as encruzilhadas enegrecem assim os sentimentos
A existência é medonha e errante, por entre socalcos e tormentos
Desembainhamos vontade airosamente galante para de seguida
Enterrarmos a espada da razão ressentida, infernos
São todos os dias em que não te vejo, são espinhos cravados na mente
Oásis são os que contigo partilho, desassossegada mente no corrupio da vida  

O meu consentimento és tu, és o ninho em que saro as feridas
No teu peito adormeço, nos teus olhos me inquieto
No calor do teu corpo o cobertor de tantas vidas
As que vivi além tempo, o meu sonho perfeito

Que dizer deste amor que ao destino pertence
Da dor e da alegria que vivem paredes meias
Que dizer da vontade de fugir, inconsequente
E da firmeza com que te chamo à luz das candeias

Que dizer afinal nas lágrimas e dos sorrisos
De um amor esculpido no céu e que a terra fustiga.
São os homens pequenos e a alma mendiga
Caminhos trilhados, destinos vincados em muros precisos.


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Palavras ao Vento Suão, Antónia Ruivo