Dá-me um abraço perdido no tempo
Divide comigo por um momento
A tentação de ter lugar além
Onde o imaginário acontece. Porém
É temível a pergunta
E depois.
Quando os rios secarem e as fontes cessarem
Perdemos subitamente a vontade
Repetidas palavras vãs
Dá-me um abraço na frescura das manhãs
Onde a cidade ainda acontece
E os passos vadios calcam a calçada, solenemente
Dá-me um abraço, diz-me contudo a cor dos dias
Reparte comigo verdes trigais
Diz-me apenas o teu nome, madrigais
Sejam por fim as tuas mãos estendidas
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