quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Deixa-me escrever pequenos nadas
Porque me negas o modesto
Deixa-me escrever sobre o pó
Ou então sobre o funesto
Que me abraça sem dó
Deixa-me escrever desfolhadas
Em histórias que a memória guardou
Deixa-me escrever sobre nós
Sobre os dias que vivo, as noites que tenho
Sabes escrever significa as Mós
Que me elevam ao cimo me afastam do lenho
Ao qual uma pedra abraça, qual barcaça
Que se afunda, afundando também o sonho
O marasmo toma conta de mim ensopando o olhar
Só escrevendo afasto o pó, só assim consigo andar.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Palavras ao Vento Suão, Antónia Ruivo