quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Moínha

Uma moínha irrequieta tomou conta de mim
Talvez seja do Outono e da chuva que chegou enfim
Toma-me os ossos, a pele cansada, comigo dorme
E dá-me os bons dias, assim me consome.
Esta moínha por vezes é manhosa, ri caprichosa
Do meu olhar aguado, ri do meu desejo vincado
No canto da boca crispada pela saudade.
Ri mas de seguida afasta a vontade
Que tenho de te dizer, é o Inverno está bom de ver
Este inferno em que se tornaram os dias.
Outras vezes a moínha traz frescas maresias
Que humedecem os cabelos brancos, vê bem
Até humedecem os lábios num breve desdém
Que fica aquém da moínha que corrói o pensamento

Não me dá descanso, será do Outono ou é o falhanço
Estampado na incompreensão do teu olhar intrigado. 
 

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