terça-feira, 5 de julho de 2011

Conversas com o destino (II)

Não será já tempo de me olhares com olhos despertos
Começo a estar farta desses olhares encobertos
São como o monte em dia de nevoeiro
Bem sabes que o nevoeiro quase sempre é matreiro
O pé desliza na escarpa e parte-se o tornozelo

Ah, agora olhas-me com vida
As faúlhas chispam nos teus olhos
Sabes gosto mais assim, lembram-me molhos
De espigas por entre jasmim
Ah! Estás a rir para mim
A raiva ateou o fogo que há em ti
Apenas te esqueceste da escarpa

E eu, eu confundi esse riso trocista
Com um pouco de humanismo simplista
Logo a dor no tornozelo se transformou num novelo
E as espigas murcharam com o principio do fim.

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