domingo, 17 de abril de 2011

Deixa-me

Deixa-me
Não digas nada, as palavras perdem
Outras vezes ferem
Não digas nada, de nadas
Também a vida precisa

Deixa-me
Sou a encruzilhada
Perdida entre negrura
Outras vezes sou a aurora
Sou tudo o que quiseres
Sem cor ou hora
Sou saudades, vaidades
Sou até amargo de boca
Quase sempre sou coisa pouca
Que se perde por entre o ímpeto

A precipitação arrojada
Que me faz caminhar sozinha
É a diferença alternada
Entre o querer que abale
E aquele que me diz
Se te fores de que me vale.

Deixa-me a solidão é vestido
Que consigo vestir em tom garrido.

Júlia Soares ( pseudónimo )

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