sábado, 19 de fevereiro de 2011

Mel com fel

Pedem-me que faça rimas ao desbarato
Que rime mel com fel e azul sobre ouro
Pedem-me que chore por amor vindouro
Que em versos pinte o meu retrato

Que diga que a noite é escuro orfanato
De um coração triste mas brejeiro
Que veja o amor felpudo e matreiro
Que esfrangalhe doçura com artefacto

Pedem-me que poeta não seja por um dia
Que siga metricamente a bela poesia
Indagam tanta vez aquilo que eu faria

Se escrevesse com o coração na boca
Não, sou demasiadamente maníaca e louca
E depois, a quem importa se sou proscrita.

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Palavras ao Vento Suão, Antónia Ruivo