segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Algodão de nada

Abotoa bolas de algodão com invenção
Multiplica essas bolas por outros tantos olhos
Azagaias de areia que transforma em folhos
Uns mais coloridos que outros, rendição

É o que espera em troca de palavras de nada
Suspira, implora, ai Jesus que  demónios
Que assombram na fria madrugada, os braços
Estica em direcção de uma figura deslavada

Pela imaginação aos saltos, sereias
São milhentas deslizando em mar alto
Oh, frenesim em tão grande espalhafato
Igual ao mudar de enxame de abelhas

O zum, zum de uma mente sórdida
Que pensa caçar espampanante cotovia
O sorriso matreiro de quem não vende nem fia
As bolas de algodão que arremessa sem vinda…

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Palavras ao Vento Suão, Antónia Ruivo